Conheça a forma que os adolescentes processam a violência justificada e injustificada vista em filmes

A violência retratada pela mídia continua sendo motivo de preocupação, principalmente pela gama de efeitos adversos que pode ter.

Mas se a violência é justificada ou injustificada pode fazer diferença em como ela afeta nosso cérebro, sugere um novo estudo.

As crianças diante da violência em jogos e filmes | VEJA
Foto: (reprodução/internet)

Verificou-se que o cérebro tem reações diferentes à violência justificada e injustificada no cinema.

Os participantes deste estudo foram 26 homens e mulheres com idades entre 18 e 22 anos que regularmente assistiam a filmes com violência. Destes, 70% indicaram que jogavam videogames envolvendo tiro.

Como o estudo foi feito

Eles viram dezesseis clipes de filmes individualmente, metade dos quais eram cenas de violência justificada, enquanto outros eram de violência injustificada.

Cenas de violência justificada vieram de filmes como Busca Implacável, O Ataque, Terminator Salvation e Duro de matar, onde os personagens centrais usaram a violência para salvar seus entes queridos ou em autodefesa.

Por outro lado, clipes de violência injustificada vieram de Sicario: Terra de Ninguém, Dia de treinamento, Skyfall e Jack Reacher. Essas foram cenas que foram indiscriminadas, injustificadas e assassinatos evitáveis ​​acontecem.

Quando a violência é aceita e reprovada

Descobriu-se que clipes de filmes com violência justificada evocavam uma resposta sincronizada no córtex pré-frontal ventromedial, a parte do cérebro relacionada à avaliação moral. Isso sugere que a violência como parte dos atos de defesa é aceita.

Contrariamente, cenas de violência injustificada evocaram uma resposta do córtex orbital frontal lateral, o que fez com que tal violência fosse reprovada, provavelmente não permitindo a atribuição de motivos virtuosos aos atores.

“O que essa resposta sugere é que nem toda a violência no cinema produz a mesma resposta”, disse diretor de pesquisa Dan Romer, principal autor do estudo.

“Os adolescentes desaprovam a violência no cinema que é vista como injustificada, o que é consistente com o que os pais relataram em estudos anteriores. Mas quando a violência parece justificada, os cérebros dos adolescentes parecem considerá-la muito mais aceitável do que quando não é.”

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A violência provoca a excitação

Observou-se também que a maioria dos participantes não lembrava dos filmes dos quais os clipes foram emprestados, com exceção do filme de James Bond.

Além disso, uma melhor sincronia cerebral foi observada no caso de sequências de violência, em comparação com os segmentos de personagem. Isso confirma que a violência provoca a excitação como uma resposta mais eficaz.

Os resultados deste estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia foram publicados na revista Frontiers in Behavioral Neuroscience.

Traduzido e adaptado por Agora Sabe

Fonte: Organic Facts