Entenda como as fake news e a desinformação podem começar dentro de nós mesmos

Notícias falsas e desinformação podem começar pequenas e ter várias fontes. Um deles pode ser nós.

Política de desinformação do INSS joga com a vida dos trabalhadores e  trabalhadoras - Sintsprev MG
Foto: (reprodução/internet)

Um novo estudo publicado na revista Human Communication Research conclui que nossos preconceitos podem nos levar a construir nossa desinformação e divulgá-la ainda mais, acreditando que é verdade.

As conclusões foram baseadas em dois estudos separados conduzidos pela mesma equipe de pesquisadores da Ohio State University.

Como a pesquisa foi conduzida

O primeiro estudo envolveu 110 participantes, aos quais foram apresentados resumos escritos, incluindo dados numéricos, de quatro questões sociais.

Depois que os participantes leram os dados, eles foram solicitados a anotar os números relevantes. Eles não foram solicitados a memorizar esses números, mas de repente foram solicitados a recuperá-los da memória.

O segundo experimento envolveu um jogo de ‘telefone’. Os participantes deveriam lembrar os detalhes numéricos e então passá-los para a próxima pessoa.

Resultados do estudo

Com esses dois estudos, a equipe percebeu que as pessoas tendiam a moldar as informações para se ajustarem aos seus próprios preconceitos.

Por exemplo, se as pessoas acreditaram que o número de imigrantes mexicanos nos Estados Unidos aumentou, elas continuaram a acreditar que sim, apesar do que os números apresentados indicam.

Além disso, eles trocaram os números em sua memória e acreditavam que sim, se isso servisse aos seus preconceitos.

Veja também: Entenda como o desejo de pertencer a um grupo pode levar a preconceitos

Talvez não façamos isso por mal, mas causamos prejuízo

“As pessoas podem gerar sua própria desinformação. Nem tudo vem de fontes externas”, disse Jason Coronel, principal autor do estudo e professor assistente de comunicação na Ohio State University.

“Eles podem não estar fazendo isso de propósito, mas seus próprios preconceitos podem levá-los ao erro. E o problema se torna maior quando eles compartilham sua desinformação autogerada com outras pessoas. ”

O estudo reconhece as limitações de que a estrutura de jogos como ‘telefone’ não captura as características das conversas da vida real.

Além disso, os participantes poderiam ter se lembrado melhor se tivessem sido informados sobre o motivo pelo qual os números não correspondiam às expectativas.

Traduzido e adaptado por Agora Sabe

Fonte: Organic Facts