O bloqueio global causado pela disseminação do COVID-19 também apresentou aos cientistas uma oportunidade única de estudar o impacto da atividade humana na vida selvagem.
Em um artigo publicado na Nature Ecology & Evolution, uma equipe internacional de cientistas anunciou a formação de uma ‘COVID-19 Bio-Logging Initiative’ (Iniciativa de registro biológico da Covid-19).
O objetivo é investigar o movimento, os níveis de estresse e o comportamento dos animais antes, durante e depois do bloqueio global. Eles usarão dispositivos de rastreamento conhecidos como bio-loggers para essa finalidade.
Muitos pesquisadores de animais selvagens usam esses rastreadores para coletar dados. A equipe já tem acesso a 200 conjuntos de dados para análise. As descobertas até agora mostraram alguns resultados interessantes e inesperados.
Um desses resultados pode ser visto nas redes sociais, onde as pessoas estão compartilhando o avistamento inesperado de animais selvagens como um puma em áreas urbanas.
A redução da poluição e da interferência humana significaria a livre circulação de animais em áreas selvagens e oceanos, aponta o artigo. No entanto, algumas espécies também enfrentam desafios.
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Isso é particularmente verdadeiro para animais urbanos, como gaivotas, ratos e macacos, que passaram a depender de alimentos descartados ou serem alimentados por humanos para sobreviver.
Em alguns lugares, os humanos estão migrando para áreas verdes em suas cidades, perturbando a vida animal com o aumento da atividade. Também existem preocupações com o aumento da caça furtiva.
O impacto econômico do bloqueio ampliou a possibilidade de aumento da exploração dos recursos naturais. Os pesquisadores pediram uma abordagem coordenada da comunidade internacional para a continuação do estudo após o bloqueio.
Isso poderia nos ajudar a projetar melhores políticas entre humanos e animais selvagens.
Traduzido e adaptado por Agora Sabe
Fonte: Organic Facts