Desmatamento na Amazônia em áreas preservadas cresce 40%

No último ano as áreas de preservação da Amazônia vem sendo assoladas pelo desmatamento de forma contínua. Índices registram que 1.008 km² tenham sido desmatados entre agosto do ano de 2019 e julho deste ano. 

A pesquisa foi feita pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que está com parceira com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Os dados foram obtidos através do Deter, que é um sistema de vigilância em tempo real dos desmatamentos, onde detectaram um aumento que chega a 40%.

O WWF-Brasil, uma organização que atua na recuperação, investigação e conservação ambiental, emitiu uma nota técnica a respeito do aumento e possíveis responsáveis do desmatamento na região amazônica.

Desmatamento na Amazônia em áreas preservadas cresce 40%
Fonte (reprodução/internet)

Confira abaixo mais informações sobre o desmatamento de toda a extensão do território amazônico.

Amazônia legal

A área da Amazônia como um todo chega a registrar um desmatamento de 9.215 km², a alta chega até 34,5%. O número oficial do desmate será revelado em novembro deste ano e o sistema utilizado para o cálculo é o Prodes.

As áreas registradas com maior alta de desmatamento são:

  • APA – Área de Proteção Ambiental;
  • Triunfo do Xingu e a Floresta Nacional do Jamanxim, ambos localizados no estado do Pará;
  • Reserva Extrativista Jaci-Paraná, localizada no estado de Roraima.

O desmatamento dessas áreas é uma atividade ilegal. Mariana Napolitano, gerente de ciências do WWF, aponta o garimpo ilegal como um dos maiores responsáveis pela devastação no cenário amazônico. 

Nota técnica da WWF

A WWF (Fundo Mundial pela Natureza) atua em 100 países incluindo o Brasil. A organização sem fins lucrativos publicou uma nota técnica onde é feita a análise dos últimos dados emitidos acerca do desmatamento na Amazônia.

“O desmatamento não é decorrente de atividades lícitas de manejo florestal ou de abertura de áreas agrícolas por comunidades locais. São derivadas de intensos processos de invasão e grilagem por grupos organizados…” aponta a nota do WWF.

Eles ainda afirmaram que esses grupos são incentivados pela expectativa de uma possível regularização da área anunciada pelo próprio Governo Federal. Inclusive, o governo chegou a enviar uma proposta legislativa ao Congresso Nacional, a MP 910, chamada também de “MP da grilagem”.

Fiscalização da floresta Amazônica

A equipe da WWF que emitiu a nota técnica também salienta que as ferramentas de fiscalização e proteção da floresta Amazônica estão funcionando com eficiência. De acordo com eles as regiões mais vulneráveis encontrassem próximas a rodovias.

“As UCs mais vulneráveis ao desmatamento atualmente estão localizadas em regiões com elevadas dinâmicas de mudanças no uso e cobertura da terra e sob influência de rodovias”, aponta a nota técnica.

Além do avanço do desmatamento nestas áreas, houve um aumento de 6% de desmate registrados em áreas indígenas. 

Mais informações

O Ministério da Defesa soltou um balanço de apreensões e multas que chegam ao valor de R$ 445 milhões de reais. Além da apreensão de 676 embarcações, 372 kg de drogas, 28.773 mil m³ de madeira ilegal e 211 veículos dos mais diversos.