
A frase vem da Marinha dos Estados Unidos no início do século XX. Uma história de origem bem conhecida remonta a 1913.
Naquele ano, o presidente Wilson nomeou Josephus Daniels para o cargo de Secretário da Marinha. Ele imediatamente fez uma série de reformas, notadamente banindo o álcool dos navios de guerra.
Os marinheiros agora não tinham nada mais forte a bordo do que café, que eles apelidaram zombeteiramente de “joe” em homenagem a Daniels. O grande problema dessa história: não é verdade.
Desmetindo o boato
Em primeiro lugar, o álcool estava proibido nos navios da Marinha desde 1862, exceto o vinho para oficiais. Tudo que Daniels fez foi retirar a ração de vinho dos oficiais.
Como não há muitos oficiais (ao contrário dos marinheiros regulares), não haveria gente suficiente para jogar a gíria “joe” no vernáculo comum.
Além disso, os linguistas dizem que “joe” apareceu pela primeira vez na forma impressa em 1930 – quase duas décadas após sua introdução.
Não parece provável que uma frase seja usada verbalmente, mas nunca impressa de nenhuma forma por 17 anos.
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A história verdadeira
A verdade é que “joe” é originário da Marinha, mas não dessa forma. A frase aparece na edição de 1931 do Manual do Oficial da Reserva em uma seção sobre como ajudar os oficiais a entender os termos das gírias dos marinheiros.
“Jamoke, Java, Joe. Café. Derivado das palavras Java e Mocha, de onde originalmente vinha o melhor café.”
Joe, então, é provavelmente uma abreviação de “Jamoke”, que em si é uma contração de “Java” e “Mocha”, duas ilhas que já foram dominantes na produção de café. Java fica na Indonésia; Mocha fica na costa do Chile.
“Java” ainda é usado como gíria para café; “Mocha” agora descreve uma bebida que consiste em café misturado com chocolate e leite.
Traduzido e adaptado por Agora Sabe
Fonte: Portable Press